A dupla
capão-bonitense Eraldo Santana e Marcelo Violeiro rodaram o Estado em festivais
sertanejos, mas foi na própria casa que veio a consagração
Um
velho provérbio diz que “Santo da casa não faz milagre” ou de que “É mais fácil
ser Rei em Roma do que ter os aplausos da aldeia”. Essas frases estão mais para
folclore do que para realidade, e uma dupla de apaixonados pela moda caipira
mostrou de que é possível sim, ser aplaudido pelos próprios conterrâneos.
A
dupla capão-bonitense de música sertanejo raiz, Eraldo Santana e Marcelo
Violeiro, completa no próximo mês de agosto dois anos de formação, e nesse
pouco tempo de estrada, já venceram dois festivais na modalidade, sendo que o
segundo foi conquistado na própria aldeia, na própria terra. No último domingo,
dia 7, eles foram consagrados como a dupla campeã do Festival Sertanejo
promovido pela Secretaria Municipal de Cultura no clube Kai-Kan, interpretando
a música “Lamento de Carreiro”, do saudoso Tião Carrero.
A
música que contagiou jurados e plateia traz a saudade do canto do velho carro
de boi e de sua boiada, e é essa mesma saudade também serve de inspiração para
esses dois “caboclos” da moda sertaneja.
Marcelo
Violeiro, 36 anos, é nascido em Capão Bonito, e toda vez que pega na viola,
seus pensamentos remetem ao passado. Seu cérebro funciona como uma espécie de
máquina do tempo, e ao passar os dedos pelo instrumento musical, recorde-se do
passado boiadeiro de seus pais e avós. “A música raiz é mágica, toda vez que
sento para tocar lembro-me, com emoção, da minha infância e de meus
antepassados”, disse.
Eraldo
Santana, 52 anos, diz que o dom de encantar as pessoas através da música vem de
sua genética boiadeira. Nascido no município Joanópolis, relata que herdou a
arte de seu avô, Silvio Santana, fazendeiro e seresteiro. “Cresci ouvindo as
serestas de meu avô, e dali começou esse relacionamento com a música”, contou.
Quis
o destino, unir esses dois corações sertanejos no mesmo palco, e de um simples
bate papo, nasceu a dupla Eraldo Santana e Marcelo Violeiro. “Comprei uma viola
e liguei para o Marcelo para tomar algumas dicas e instruções. Ele veio em casa
e começamos esse entrosamento musical”, relatou Eraldo.
Depois
de alguns ensaios, caíram na estrada, e nela permanecem até hoje, percorrendo o
Estado de São Paulo em busca de festivais e promovendo aquilo que os motiva: a
música sertanejo raiz.
Eraldo
e Marcelo são dedicados e desde a primeira apresentação, apontam uma grande
evolução na sincronização dos acordes. Ensaiam o repertório composto de 60
músicas de três a quatro dias por semana. A dupla tem outra qualidade: a
humildade. Eles têm o pé no chão sobre o futuro. Questionados sobre a fama e
sucesso, respondem: “Queremos simplesmente cantar. Cantamos pelo simples prazer
de cantar”.
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