Volto
aqui a bater na tecla do Eucalipto devido a sua importância para o desenvolvimento
econômico de Capão Bonito e seu potencial para transformar nossa cidade num
polo industrial madeireiro. Todos que acompanham esta coluna que não tem medo
de colocar o dedo na ferida e atentar para o interesse público, sabem da luta
deste jornalista para gerar informações e conhecimento a respeito do mar de
eucalipto que está inundando as terras gameleiras.
Há
muito que o assunto é motivo de discórdia na cidade. Quer seja nos meios
políticos, sociais, econômicos, o reflorestamento de eucalipto que cerca Capão
Bonito é, sem dúvida, a estrada para nos levar ao desenvolvimento ou para
acabar de vez com o sonho de se transformar numa cidade sustentável.
Até
o início da década de 60, o principal eixo rodoviário com direção aos Estados
do Sul e ao Mercosul passava necessariamente por Capão Bonito, contribuindo
efetivamente com a nossa economia caseira, onde se via estabelecimentos de
prestação de serviços como postos de combustíveis, lanchonetes, restaurantes e
até zonas de meretrício, transbordando consumidores estrangeiros. A grana
girava na cidade.
A
mudança de tráfego para a então recém-inaugurada Régis Bittencourt (BR 116),
trouxe grande estagnação financeira e social à cidade, e agora, o
reflorestamento que aqui se predomina, até o momento tem gerado poucos
dividendos econômicos para Capão City.
Alguns
especialistas no assunto como geólogos e estudiosos do solo, apontam que parte
das terras mais férteis do Estado de São Paulo está em Capão Bonito, tanto é
verdade que o eucalipto plantado aqui leva menos tempo para crescer. Por isso,
grande extensão de terra gameleira está ocupada com essas árvores. Sabemos
também que as gigantes reflorestadoras que atuam no município como a Fibria e
Suzano tomam os devidos cuidados ambientais, como plano de manejo, preservação
da mata nativa e de outras espécies. Mas, a cidade precisa de muito mais para
crescer e buscar esse tão sonhado desenvolvimento, com a qualidade de vida que
chega a tantas regiões paulistas e que teima para se aproximar dessas bandas.
É
claro que as empresas não são as bandidas da história, afinal, essas terras,
ainda que baratas, foram compradas e podem usufruir das mesmas como bem lhes convier.
O que se questiona são os poucos benefícios que a cidade recebe desses paus e
até quando essa situação de zona de conforto perdurará.
O
município está afogado nesse mar de eucalipto, que dificulta ainda mais a
exploração de sua maior potencialidade econômica, que é o agronegócio. Apesar
que tem muito produtor de soja, feijão e milho mergulhando nessa nova onda de
poupança florestal. Chegou a hora de a cidade toda botar o dedo nessa ferida e
trazer a tona a discussão.
O
Brasil inteiro avançou e melhorou nos últimos anos. O trem do desenvolvimento
pode não passar duas vezes na mesma estação. Em nossa região, Itapetininga,
Tatuí, Sorocaba, Porto feliz, Tietê e Cerquilho, algumas dessas cidades até
menor que Capão Bonito, registraram um enorme salto em suas economias. Capão
Bonito está estagnado apesar de alguns investimentos públicos nesse sentido. É
hora de todas as partes interessadas sentarem a mesa e que o interesse da
cidade fale mais alto. Por enquanto o pau é bandido!
Nenhum comentário:
Postar um comentário