Bacharel em
Direito e líder da Banda D’Kebra Nozes, Ricardo Oliver trocou o púlpito dos
Tribunais pelos palcos da boêmia noturna de Capão Bonito e região
De
um simples bico nos tempo de faculdade, a música se transformou na principal
atividade econômica do bacharel em Direito Ricardo de Oliveira Pinto, 33 anos,
que trocou as alçadas da Justiça brasileira pelos palcos dos barzinhos e casas
noturnas de Capão Bonito e região.
Nascido
na litorânea Santos, adotou Capão Bonito e por ela se encantou. Aos catorze
anos de idade iniciou os primeiros arranhões no violão. Ainda no litoral
paulista, aprendeu as técnicas e o aperfeiçoamento da entonação de voz nas
aulas de canto com a professora Kika Wilcox. Na época, suas músicas preferidas
vinham dos acordes do rock in roll sofisticado de Eric Clapton e Metálica.
Carrega
o mesmo nome do pai, por isso, os mais íntimos o chamam carinhosamente de
“Ricardinho”. Enquanto saboreávamos algumas xícaras de café na padaria do
Bechara, o músico relembrou os percalços do início de carreira até a atual
formação da banda D’Kebra Nozes. Assim que concluiu o curso de Direito em
Santos, juntou o diploma e as tralhas e veio definitivamente para Capão Bonito.
Estreou
uma nova etapa em sua vida. Ministrou algumas palestras relacionadas ao tema de
Direito Ambiental. Prestou o exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Reprovado no teste, entrou de cabeça no ramo artístico. Nos tempos
universitários, ganhava uns trocados com apresentações solo. A grana auxiliava nas
despesas com os estudos. Em Capão Bonito, teve sua primeira experiência com
Banda. A primeira foi batizada de Noz Moscada, inspirada em jargões populares
como “para de moscar” – hábito frequente de uns dos músicos que integraram a
formação inicial.
A
Noz Moscada caiu no gosto dos frequentadores noturnos, principalmente do
restaurante Cheiro Verde, um dos point’s mais badalados da cidade, porém, a
banda teve uma morte prematura. A maioria dos músicos se dedicou a outras
atividades, e a formação se quebrou, restante apenas o vocalista e protagonista
desta reportagem.
Ricardinho
não dormiu no ponto e montou uma nova corporação musical. Da quebrada do Noz
Moscada, nasceu a D’Kebra Nozes, que chegou no mercado abalando e conquistando
um público fiel ao repertório que vai desde os famosos ritmos sertanejos até as
boas composições da música popular brasileira.
A
D’Kebra Nozes trouxe um ingrediente a mais: implantou a melodia dos metais
(trombone e trompete) nas representações musicais. Com sete integrantes, a
banda se reúne uma vez por semana num espaço improvisado para ensaiar o
repertório e ajustar a sincronia do som que vem agradando o público noturno do
Sudoeste Paulista.
Para
expandir os negócios, o líder do grupo anunciou um novo plano de divulgação da
D’Kebra Nozes. Além de utilizar as redes sociais na promoção da banda, os
músicos querem ir mais longe e estão preparando um DVD especial para entregar
como “mala direta” aos proprietários e donos de casa de shows. Além disso, eles
também pretendem ampliar os a cesta de produtos, oferecendo apresentações
especiais em festas de aniversário, casamentos, formaturas e congressos.
O
agora assumido músico Ricardo de Oliveira (Ricardo Oliver) mora com os pais no
centro de Capão Bonito. Quando sobre um tempinho, liga o aparelho de som para
ouvir as canções de Nando Reis – uma de suas referências tupiniquins. Também
procura manter-se bem informado. Lê o que pode sobre economia e política. Seu
último livro foi o Caçador de Pipas.
Detesta
traição, mas sempre que leva uma puxada de tapete, busca aproveitar a atitude e
transformá-la em lição de vida. Aprendeu que na vida noturna, as pessoas
mostram a verdadeira face, e descartam as máscaras do dia-dia, e afirmou que
mesmo sendo um artista, a vaidade não o domina. Junto com os demais
integrantes, transformou o D’Kebra Nozes num produto artístico que vem a cada
dia, ganhando novos consumidores e melhorando a qualidade do ambiente noturno.
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