Nenhum
político capão-bonitense chegou tão longe em mandatos como o veterano Abner
Batista da Silveira. Ocupa uma cadeira no Legislativo desde 1989. De lá pra cá,
já são seis mandatos consecutivos, e o sétimo já está a caminho.
Casado
com Zoé Vieira e pai de Ivanisa, Andreia e Alesandra, o veterano do Legislativo
se orgulha toda vez que conta o início de sua carreira.Antes
de caminhar pelos trilhos da política, Abner enfrentou trajetos cheios de
obstáculos, mas venceu todas as barreiras que surgiam pela frente.
Criado
numa família de 21 irmãos, Abner tem uma história parecida como a de muitos
brasileiros. Perdeu pai ainda menino, e decidiu buscar um emprego para ajudar
no sustento da família. Foi chapa (carregador de mercadorias), servente,
bóia-fria e engraxate.
Mesmo
trabalhando, nunca deixou de lado os estudos. Sempre acreditou que venceria na
vida através do conhecimento.Depois
de concluir o segundo grau, Abner queria mais. Ingressou no ensino superior e
logo em seguida se especializou como Educador de Saúde pela Universidade de São
Paulo (USP).
Diploma
nas mãos, mãos à obra. Suas atividades profissionais quebraram barreiras
sociais. Para melhorar a qualidade da Saúde Pública no município uniu o
trabalho, muitas vezes voluntários, de parteiras, benzedeiras e curandeiros, à
medicina oficial.
Visitou
dezenas de bairros e comunidades carentes para conscientizar a população e
transformar aqueles voluntários em verdadeiros educadores da Saúde. Disso, o
pulo para a política. Incentivado
pelos moradores, aceitou concorrer a uma vaga no Legislativo nas eleições de
1988. Disputou, venceu e não parou mais de colecionar diplomas do Tribunal
Regional Eleitoral.
Sempre
foi coerente com seus princípios. Alguns criticam a característica assistencial
do vereador recordista, talvez por não conhecerem a verdadeira realidade do
município.Sensível
com a população mais desprovida, Silveira deslanchou sua carreira política
despachando de segunda a sexta-feira em seu pequeno gabinete. Alguns até
brincam com sua disposição. “Abner até bate cartão na Câmara Municipal”.
O
vereador veterano já perdeu as contas dos atendimentos. Até hoje, sua sala
sempre está cheia. As reivindicações são diversas: emprego; consultas médicas;
exames laboratoriais; passagem para uma entrevista de emprego; reclamações de
estradas esburacadas; cesta básica... Um pouquinho de tudo.
Abner
costuma se irritar apenas com o imbróglio do casamento comunitário, que até
hoje não saiu do papel. “Muitos municípios já implantaram, só aqui que é essa
demora. São mais de 100 casais que esperam pelo desfecho deste projeto”, diz.
Ele
também se orgulha em ser o pai da Casa da Gestante de Capão Bonito. “Foi uma
luta que começou lá atrás, junto com a conscientização das parteiras”, costuma
dizer.Sua
experiência na Casa de Leis levou-o naturalmente à Presidência do Legislativo.
Enfrentou algumas polêmicas no cargo, como o afastamento do ex-prefeito Júnior
Tallarico em 2006. Com o “feeling” apurado, tirou de letra e cumpriu o que o
Poder Judiciário determinava: cai o prefeito e assume o vice.
Abner
gosta do que faz, por isso, sente orgulho em fazer melhor. A cada dia vai mais
longe. Há momentos de calmaria, e há momentos agitados, decisivos, em que a boa
intenção não basta. É quando a vida cobra coragem, arrojo, ousadia e um
inabalável espírito de luta. Foi
essa garra de vencer que o transformou em menino pobre num dos políticos
capão-bonitenses mais bem sucedidos.
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