Mesmo nascendo em
Capão Bonito , em 1908, foi em Guapiara que Joaquim Raimundo
Gomes construiu sua vida e a vida do município
Ainda quando criança, Joaquim
Raimundo Gomes sofreu uma pequena paralisia infantil que atrofiando uma de suas
pernas. Essa pequena deficiência levou-o a se dedicar a leitura,
transformando-o num grande estudioso. Joaquinzinho, assim chamado pelos amigos
mais próximos, chegou em Guapiara em 1932 para comandar o Cartório do ainda
distrito de Capão Bonito.
Nomeado tabelião do cartório de
Guapiara pelo governador Pedro Manoel de Toledo, Joaquim Raimundo aos poucos
foi se apaixonando pela comunidade guapiaraense. Já enlevado pela terra
protegida por São José, se transformou numa das principais lideranças na
emancipação de Guapiara, junto com outros grandes políticos históricos.
No mesmo período que chegou à
comunidade guapiarense, acontecia a Revolução Constitucionalista de 1932, movimento armado ocorrido no Brasil entre os
meses de julho
e outubro
de 1932,
onde o Estado de São Paulo visava a derrubada do governo
provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição
para o país. Como um bom paulista, Joaquim cedeu um prédio em Guapiara para
abrigar alguns soldados que defendiam a bandeira do Estado de São Paulo.
Décadas depois, veio o reconhecimento. Em 1982, representado por duas de suas
filhas, Joaquim Raimundo Gomes recebeu, das mãos de um ex-combatente, a Medalha
9 de Julho, pelo relevantes serviços prestados na Revolução Constitucionalista.
Atividade social
Antes mesmo de Guapiara
separar-se de Capão Bonito, Joaquim e sua esposa Honorina de Freitas Gomes,
sempre estavam dispostos a ajudar de uma forma ou outra quem os procurasse.
Como naquele tempo havia muita dificuldade para estudar, como contador, na
época chamado de guarda-livro, Joaquim virou uma espécie de consultor de muitas
famílias.
Com sua liderança natural, foi um
dos colaboradores da formação de clube social, de times de futebol, jornais e
nas atividades religiosas da Comunidade São José. Católico praticante, sempre
mantinha bons relacionamentos com os padres que vinham à Guapiara para celebrar
as missas, antes realizadas apenas uma vez por mês. Com isso, Joaquim Gomes acabou
se tornando amigo pessoal de Padre Arlindo Vieira, um missionário que percorreu
toda a zona rural de Capão Bonito e Guapiara, para levar a palavra cristã aos
moradores, principalmente aos mais pobres. Toda vez que vinha à Guapiara, Padre
Arlindo Vieira se hospedava na casa de Joaquim Gomes.
Segundo alguns familiares,
Joaquim Gomes aprendeu muito com Padre Arlindo, não só na parte espiritual, mas
sim na vivência, no bom exemplo e no conhecimento que o missionário do povo lhe
passava. Juntos, ficavam horas e horas conversando sobre vários assuntos.
Líder da emancipação
Em 02 de maio de 1949, Guapiara
finalmente recebe o título de município. Junto com a emancipação veio a
primeira eleição, na qual Joaquim Raimundo Gomes foi eleito vereador junto com
outros companheiros. Naquela época, o vereador não tinha salário, e por isso, prevalecia
a boa vontade de ajudar o município a se desenvolver.
Não demorou para Joaquim Gomes se
tornar prefeito. Seu primeiro mandato como chefe do Executivo foi na
administração 1954-1958, e o segundo entre os anos de 1961 a 1964. Na política,
era admirado pelos ideais que pregava, e foi assim, que virou amigo de um dos
grandes líderes políticos de Capão Bonito, Dr. Raul Venturelli.
Foram muitas as viagens junto com
Raul Venturelli para São Paulo, em busca de recursos e investimentos para Capão
Bonito e Guapiara. Por diversas vezes, ambos tiravam dinheiro do próprio
orçamento familiar para bancar as despesas das longas e cansativas viagens à
capital paulista.
Infelizmente, um trágico acidente
tirou a vida do médico e prefeito Raul Venturelli. O povo perdia uma grande
personalidade política, que não media esforços para trazer benefícios para o
seu povo, e Joaquinzinho um grande amigo.
Mesmo triste com a morte de Raul
Venturelli, Joaquim Gomes continuou sua missão em prol de Guapiara e como
prefeito trouxe avanços significativos para época como implantação de energia
elétrica, água e esgoto, e dedicou-se boa parte de sua administração à
Educação, onde construiu as primeiras escolas do município, oferecendo ensino
público a centenas de alunos que viviam às margens do conhecimento.
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