sexta-feira, 17 de abril de 2015

Músico capão-bonitense cai no gosto de celebridades

Renato Heber não se rendeu ao sertanejo universitário, ficou no

MPB e hoje canta em eventos corporativos e reservados para famosos



O músico capão-bonitense Renato Heber, 35 anos, não se rendeu ao modismo do sertanejo universitário e preferiu não arranhar sua carreira apelando aos ritmos do momento como “Camaro Amarelo”, “Água de Coco”... O MPB continua sendo o destaque de seus repertórios e com isso, criou um diferencial num mercado altamente competitivo.

Apesar de se auto-classificar como músico amador, a carreira de Renato é similar a de um artista de ponta. Anda muito, vive na estrada e percorre quase todo o Estado de São Paulo para mostrar seu talento a milhares de apreciadores da boa música. Sua voz de tom mais grave, seu repertório com canções de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Ana Carolina, Tom Jobim, Toquinho, e outros no mesmo nível, e seu movimento natural diante do violão, acabaram conquistando a simpatia de celebridades como Roberto Justus, Otávio Mesquita e da saudosa Hebe Camargo.

Considerada a rainha da Televisão Brasileira, Hebe Camargo virou uma espécie de “tiete” do cantor gameleiro e nas últimas confraternizações promovidas pela produção de seu programa, Heber virou o comandante musical das festas, mesmo concorrendo com músicos e bandas renomadas, e com mais poder midiático. Renato Heber conta que conheceu a ex-apresentadora num evento realizado na Fazenda Santa Rosa, propriedade da família do atual deputado federal Guilherme Mussi. “Ali foi meu cartão de apresentação e minha oportunidade de conhecer pessoas como Hebe Camargo, não apenas pela fama que carregou, mas pela humildade e simpatia, suas principais características”, declarou.

O estilo do músico capão-bonitense também chamou a atenção de grandes empresas nacionais, e hoje, é o músico oficial da rede de cachaçarias Água Doce, com franquias espalhadas por todo país, e das confraternizações organizadas pelos bancos HSBC e Bradesco Prime. Renato Heber é ainda uma das preferências musicais do badalado Restaurante Capitão 15 da cidade de Tatuí.

Recentemente, teve a oportunidade de participar de um encontro festivo organizado pelo publicitário e apresentador Roberto Justus. Na ocasião formou dupla com o próprio Justus, e com outras celebridades presentes. “Realmente, não sei porque me escolheram. Eles (os famosos) conhecem músicos e bandas mais renomados, porém, um simples cantor do interior paulista acabou sendo o escolhido. Acho que gostaram do meu jeitão caipira”, comentou.

Participou também do programa Ídolos do SBT, porém, devido ao nervosismo do momento, acabou sendo desclassificado na última fase eliminatória, mas ganhou elogios dos jurados que compararam sua voz com a do cantor Emílio Santiago, falecido no último mês de março.

O DNA Musical
Essa carreira que hoje encanta gente famosa, começou timidamente na pequena Igreja do Bom Jesus dos Chaves em Capão Bonito. Heber era um dos integrantes do coral religioso daquela comunidade, e foi dali que iniciou seus primeiros arranhões no violão. O namoro com o instrumento começou meio conturbado, devido à ainda falta de habilidade do iniciante.

Determinado e persistente, Renato foi buscar aperfeiçoamento, e sua iniciação musical foi com dois dos maiores músicos de Capão Bonito, os saudosos João de Sales e Joaquim Clarindo. “Até hoje aplico os ensinamentos do saudoso maestro João Sales. Era um gênio e que amava ensinar música”, disse. Apesar da preferência pelo violão, Renato se arriscou em outros instrumentos, como a guitarra.
Para ganhar experiência nos palcos participou de inúmeros festivais amadores. Ganhou alguns, se decepcionou em outros, mas sempre colhia algo de positivo da exposição. Sua primeira apresentação remunerada foi aos 17 anos, em 1996, no antigo Restaurante Recanto da Terra.

Renato quis ir mais além estudou no Conservatório Musical e Dramático de Tatuí “Dr. Carlos de Campos”. Não se habitou as regras de ensino e depois de oito meses decidiu abandonar as partituras do conservatório. Porém, fez boas amizades por lá, e chegou a formar dupla com o saxofonista Benedito Campos (Ditinho).

Para sobreviver da música amadora, ele conta que é preciso fazer de tudo um pouco, e por isso, consta em seu currículo apresentações solo, com bandas, em conjuntos, em dupla, em trio, em quarteto, enfim, tocou, cantou, produziu, ou simplesmente organizou. “Não dá pra viver apenas cantando em barzinho, temos que fazer de tudo um pouco, e é isso que tenho feito. Mas não costuma reclamar, pois Deus tem me dado muitas oportunidades e sempre agradeço a cada apresentação”, disse.

Renato Heber é uma dessas pessoas que não esquece aqueles que lhe estenderam a mão. Sempre teve uma vida modesta, e por isso, no início de sua carreira, não tinha recursos suficientes para comprar os instrumentos e equipamentos que uma boa apresentação exige. Reconhecendo o talento do jovem músico, o empresário Celso Santos decidiu dar uma força para alavancar a carreira promissora de Renato. “Foi uma das pessoas que me ajudaram no início da carreira, e serei eternamente grato a esse amigo”.

Quando não está diante do palco, Renato Heber se inspira em cantores como Jorge Vercilo, Djavan, Toquinho, Tom Jobim, e tantos outros músicos consagrados da MPB e da Bossa Nova, e para o futuro ele garante: “Não vou me render ao modismo. Pretendo manter essa linha”, finalizou.




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