sexta-feira, 17 de abril de 2015

Eucalipto: bandido ou mocinho?



Volto aqui a bater na tecla do Eucalipto devido a sua importância para o desenvolvimento econômico de Capão Bonito e seu potencial para transformar nossa cidade num polo industrial madeireiro. Todos que acompanham esta coluna que não tem medo de colocar o dedo na ferida e atentar para o interesse público, sabem da luta deste jornalista para gerar informações e conhecimento a respeito do mar de eucalipto que está inundando as terras gameleiras.

Há muito que o assunto é motivo de discórdia na cidade. Quer seja nos meios políticos, sociais, econômicos, o reflorestamento de eucalipto que cerca Capão Bonito é, sem dúvida, a estrada para nos levar ao desenvolvimento ou para acabar de vez com o sonho de se transformar numa cidade sustentável.

Até o início da década de 60, o principal eixo rodoviário com direção aos Estados do Sul e ao Mercosul passava necessariamente por Capão Bonito, contribuindo efetivamente com a nossa economia caseira, onde se via estabelecimentos de prestação de serviços como postos de combustíveis, lanchonetes, restaurantes e até zonas de meretrício, transbordando consumidores estrangeiros. A grana girava na cidade.

A mudança de tráfego para a então recém-inaugurada Régis Bittencourt (BR 116), trouxe grande estagnação financeira e social à cidade, e agora, o reflorestamento que aqui se predomina, até o momento tem gerado poucos dividendos econômicos para Capão City.

Alguns especialistas no assunto como geólogos e estudiosos do solo, apontam que parte das terras mais férteis do Estado de São Paulo está em Capão Bonito, tanto é verdade que o eucalipto plantado aqui leva menos tempo para crescer. Por isso, grande extensão de terra gameleira está ocupada com essas árvores. Sabemos também que as gigantes reflorestadoras que atuam no município como a Fibria e Suzano tomam os devidos cuidados ambientais, como plano de manejo, preservação da mata nativa e de outras espécies. Mas, a cidade precisa de muito mais para crescer e buscar esse tão sonhado desenvolvimento, com a qualidade de vida que chega a tantas regiões paulistas e que teima para se aproximar dessas bandas.

É claro que as empresas não são as bandidas da história, afinal, essas terras, ainda que baratas, foram compradas e podem usufruir das mesmas como bem lhes convier. O que se questiona são os poucos benefícios que a cidade recebe desses paus e até quando essa situação de zona de conforto perdurará.
O município está afogado nesse mar de eucalipto, que dificulta ainda mais a exploração de sua maior potencialidade econômica, que é o agronegócio. Apesar que tem muito produtor de soja, feijão e milho mergulhando nessa nova onda de poupança florestal. Chegou a hora de a cidade toda botar o dedo nessa ferida e trazer a tona a discussão.


O Brasil inteiro avançou e melhorou nos últimos anos. O trem do desenvolvimento pode não passar duas vezes na mesma estação. Em nossa região, Itapetininga, Tatuí, Sorocaba, Porto feliz, Tietê e Cerquilho, algumas dessas cidades até menor que Capão Bonito, registraram um enorme salto em suas economias. Capão Bonito está estagnado apesar de alguns investimentos públicos nesse sentido. É hora de todas as partes interessadas sentarem a mesa e que o interesse da cidade fale mais alto. Por enquanto o pau é bandido!

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