sexta-feira, 17 de abril de 2015

Cidades da região Sudoeste avançam no IDH, mas desenvolvimento ainda patina

IDH de Capão Bonito teve forte alta. A cidade passou Itararé,
Apiaí e encostou em Itapeva

Desenvolvimento sobe 24,5% e vai de “média” para alto em uma década. Indicador avalia renda, educação e expectativa de vida




 O Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios brasileiros foi divulgado nesta semana pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e na região do Sudoeste Paulista, todas as cidades melhoraram o desempenho nesse indicador que avalia renda, educação e expectativa de vida. Os municípios desta localidade do Estado de São Paulo, por muito tempo, carregaram a fama de “ramal da fome”, devido aos baixos índices de desenvolvimento humano, porém, essa realidade começa a mudar. Todas as cidades apresentaram avanços significativos, saindo do nível “muito baixo” para “médio” e “alto”.

É inegável, que em 10 anos, o Sudoeste Paulista eliminou todo seu IDH ruim, aquele considerado abaixo de 0,600. Até o ano 2000, a região tinha o maior número de IDH’s baixos e muito baixos e hoje, não há nenhuma cidade nessa categoria. As boas notas do IDH, no entanto, poderiam ter sido melhores se as cidades do Sudoeste Paulista se antecipassem a resolver antes o seu maior problema, a geração de emprego e renda. Esse índice acabou travando a maioria das cidades que melhoraram nos apontadores de Educação e Longevidade. Em nenhuma cidade do Sudoeste Paulista, o indicador “renda” sobressaiu perante outros medidores. Faltou aos gestores públicos que comandaram as Prefeituras desse pedaço do Estado, uma visão focada nas políticas de geração de emprego e renda. Com exceção de Itapeva, que saiu na frente nesse quesito, as demais cidades não conseguiram desenvolver um plano de desenvolvimento econômico.

Dos 645 municípios paulistas, a pior nota do IDH também está no Sudoeste Paulista, na cidade de Ribeirão Branco, porém, o município foi o que obteve o maior aumento no Estado de São Paulo, subindo 38,3%  - de 0,462 para 0,639. Se compararmos os índices de 1991 com os de agora, Ribeirão Branco apresenta um crescimento ainda melhor, de 51%. Investimento em políticas sociais. Procurado pelo jornal O Expresso, o prefeito de Ribeirão Branco, Sandro Sala (PT), disse que a política social implementada nos últimos anos na cidade, foi o “diferencial” para alavancar os índices de desenvolvimento humano. “Houve uma melhora significativa na qualidade de vida do povo de Ribeirão Grande graças a política social que implantamos em parceria com os Governo do Estado e Federal, que também entenderam a necessidade de melhorar o IDH da cidade”, falou.

Em Ribeirão Grande, o IDH também melhorou. Em 2000, no governo do ex-prefeito Vandir Mendes de Queiroz, a cidade tinha um IDH de 0,560, considerado nível “baixo”. A renda per capita (de cada cidadão) não passava de R$ 333,00, e na Educação, apenas 14% dos jovens entre 18 e 20 anos tinham ensino médio completo. A qualidade de vida da população ribeirão-grandense começou a melhorar na gestão da ex-prefeita Eliana dos Santos (PSDB), que em oito anos de mandato, conseguiu elevar a renda média, colocar as crianças e jovens na escola e diminuir a mortalidade infantil. Hoje, 93% das crianças de 5 a 6 anos estão na escola e 83% dos jovens e adolescentes concluíram o ensino fundamental. Com isso, a cidade obteve uma taxa de crescimento de 25% e passou do nível de IDH “baixo” para “alto”. Ribeirão Grande ocupa a 1756ª posição no ranking brasileiro.

Já a cidade de Guapiara continua patinando nos índices de desenvolvimento econômico. Parece que o município não consegue sair dessa lama econômica que está encalhando o crescimento. A cidade possui um dos piores índices de pobreza da região do Sudoeste Paulista, com um índice de 28% de pobres e 11% de extremamente pobres. Conforme ainda o novo estudo do IDH, 50% da população está vulnerável à pobreza e 53% das pessoas acima de 18 anos não têm ensino fundamental completo e estão em ocupações de emprego informal. Mesmo com baixos índices econômicos, a cidade conseguiu evoluir no IDH. De 2000 para 2010, a cidade melhorou em 31%, e passou do IDH baixo de 0,514 para um nível “médio” de 0,675.

Capão Bonito passa Apiaí e Itararé, e encosta em Itapeva
A cidade de Capão Bonito enfrentou o seu pior momento de desenvolvimento humano nos anos 2000, sob o comando do ex-prefeito Roberto Tamura. O IDH do município era baixo, e sua qualidade de vida era bem inferior às cidades de Itararé, Apiaí e Itaberá. A renda per capita era de apenas R$ 379,00, a mortalidade infantil de 23,7 e 50% da população era considerada pobre e extremamente pobre.

No Governo do ex-prefeito Roberto Tamura, apenas 47% das crianças de 5 a 6 anos frequentava as salas de aula do município e somente 29% da população acima de 18 anos tinha ensino fundamental completo. De vergonhoso, o município passou a ter mais cuidado com as políticas sociais e educacionais, e hoje, Capão Bonito comemora seu novo IDH: de nível baixo (0,579), passou a nível alto (0,721). Todos os índices melhoraram, com destaque para longevidade.


Na administração Tamura, que nascia em Capão Bonito tinha uma expectativa de vida  de 69 anos, e hoje, a esperança de vida ao nascer em terras gameleiras aumentou 5 anos, passando para 74 anos, acima da média do país. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário