sexta-feira, 17 de abril de 2015

Direito à Música

Bacharel em Direito e líder da Banda D’Kebra Nozes, Ricardo Oliver trocou o púlpito dos Tribunais pelos palcos da boêmia noturna de Capão Bonito e região

                                
De um simples bico nos tempo de faculdade, a música se transformou na principal atividade econômica do bacharel em Direito Ricardo de Oliveira Pinto, 33 anos, que trocou as alçadas da Justiça brasileira pelos palcos dos barzinhos e casas noturnas de Capão Bonito e região.

Nascido na litorânea Santos, adotou Capão Bonito e por ela se encantou. Aos catorze anos de idade iniciou os primeiros arranhões no violão. Ainda no litoral paulista, aprendeu as técnicas e o aperfeiçoamento da entonação de voz nas aulas de canto com a professora Kika Wilcox. Na época, suas músicas preferidas vinham dos acordes do rock in roll sofisticado de Eric Clapton e Metálica.

Carrega o mesmo nome do pai, por isso, os mais íntimos o chamam carinhosamente de “Ricardinho”. Enquanto saboreávamos algumas xícaras de café na padaria do Bechara, o músico relembrou os percalços do início de carreira até a atual formação da banda D’Kebra Nozes. Assim que concluiu o curso de Direito em Santos, juntou o diploma e as tralhas e veio definitivamente para Capão Bonito.

Estreou uma nova etapa em sua vida. Ministrou algumas palestras relacionadas ao tema de Direito Ambiental. Prestou o exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Reprovado no teste, entrou de cabeça no ramo artístico. Nos tempos universitários, ganhava uns trocados com apresentações solo. A grana auxiliava nas despesas com os estudos. Em Capão Bonito, teve sua primeira experiência com Banda. A primeira foi batizada de Noz Moscada, inspirada em jargões populares como “para de moscar” – hábito frequente de uns dos músicos que integraram a formação inicial.

A Noz Moscada caiu no gosto dos frequentadores noturnos, principalmente do restaurante Cheiro Verde, um dos point’s mais badalados da cidade, porém, a banda teve uma morte prematura. A maioria dos músicos se dedicou a outras atividades, e a formação se quebrou, restante apenas o vocalista e protagonista desta reportagem.

Ricardinho não dormiu no ponto e montou uma nova corporação musical. Da quebrada do Noz Moscada, nasceu a D’Kebra Nozes, que chegou no mercado abalando e conquistando um público fiel ao repertório que vai desde os famosos ritmos sertanejos até as boas composições da música popular brasileira.

A D’Kebra Nozes trouxe um ingrediente a mais: implantou a melodia dos metais (trombone e trompete) nas representações musicais. Com sete integrantes, a banda se reúne uma vez por semana num espaço improvisado para ensaiar o repertório e ajustar a sincronia do som que vem agradando o público noturno do Sudoeste Paulista.

Para expandir os negócios, o líder do grupo anunciou um novo plano de divulgação da D’Kebra Nozes. Além de utilizar as redes sociais na promoção da banda, os músicos querem ir mais longe e estão preparando um DVD especial para entregar como “mala direta” aos proprietários e donos de casa de shows. Além disso, eles também pretendem ampliar os a cesta de produtos, oferecendo apresentações especiais em festas de aniversário, casamentos, formaturas e congressos.

O agora assumido músico Ricardo de Oliveira (Ricardo Oliver) mora com os pais no centro de Capão Bonito. Quando sobre um tempinho, liga o aparelho de som para ouvir as canções de Nando Reis – uma de suas referências tupiniquins. Também procura manter-se bem informado. Lê o que pode sobre economia e política. Seu último livro foi o Caçador de Pipas.

Detesta traição, mas sempre que leva uma puxada de tapete, busca aproveitar a atitude e transformá-la em lição de vida. Aprendeu que na vida noturna, as pessoas mostram a verdadeira face, e descartam as máscaras do dia-dia, e afirmou que mesmo sendo um artista, a vaidade não o domina. Junto com os demais integrantes, transformou o D’Kebra Nozes num produto artístico que vem a cada dia, ganhando novos consumidores e melhorando a qualidade do ambiente noturno.



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