Político chegou
ao poder devido a um afastamento
temporário do
ex-prefeito Hélio de Souza
Morreu
no último dia 29 de junho o ex-prefeito Octávio Muller Filho, que chegou ao
cargo máximo do município devido a um período de férias do ex-prefeito Hélio de
Souza, e comandou a Prefeitura Municipal por quase 20 vinte dias, entre os dias
20 de setembro de 1987 a 09 de outubro do mesmo ano. Ele tinha 86 anos e se não
bastasse a perda desta importante personalidade de Capão Bonito e Ribeirão
Grande, sua esposa Maria Stella não suportou viver sem o amor e companheirismo
do marido, e cinco dias após acompanhar com lágrimas e tristeza a despedida de
Octávio Muller, ela também partiu para a eternidade, falecendo na última
quinta-feira, dia 4.
Octávio
Muller nasceu em Itapetininga, mas foi em Capão Bonito e em Ribeirão Grande que
fez sua história. Tornou-se um dos mais educados e sensatos políticos que
passaram por aqui. Trocou a agressividade pelos bons tratos e por isso, ganhou
o respeito e a admiração do povo que lhe confiou um mandato de vice-prefeito ao
lado do médico e ex-prefeito Hélio de Souza.
Sua
atuação política começou num período não muito agradável para o país: ditadura
militar. Apesar de ter militado na antiga Arena (Aliança Renovadora Nacional),
devido a sua afinidade com o ex-prefeito Monsenhor Pedro José Vieira, foi no
PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) que Octávio Muller viveu seu
auge político. Chegou à Prefeitura através do voto vinculado e ao fenômeno
político chamado “André Franco Montoro”. Para a política, ele surgiu muito
tarde e seu bom caráter o impediu de prosseguir nesse meio.
Porém,
sua maior contribuição nesta vida de mortais foi na Educação. Foi reconhecido pela
postura que adotou na direção da escola Oscar Kurtz Camargo em Ribeirão Grande.
Orgulhava-se em comandar os trabalhos educacionais e principalmente, culturais
daquela comunidade.
Quando
assumiu a missão escolar, Ribeirão Grande ainda era um distrito de Capão
Bonito. Octávio Muller ensinou Ribeirão Grande a caminhar sob os tapetes
culturais. Das atividades pedagógicas implantadas na escola que comandava,
nasceram os primeiros movimentos da Cultura e do Folclore de Ribeirão Grande, e
que hoje, encanta povos de outros cidades e Estados.
Foi
um diretor muito a frente de seu tempo, e que hoje, faz muita falta à Educação.
Em pleno período de chumbo, teve a ousadia e a coragem de autorizar aulas com
claras conotações oposicionistas ao Governo Militar, e isso lhe rendeu a
admiração do grupo de docentes que comandava.
Aposentou-se
e foi curtir a vida com a família depois do dever cumprido com a sociedade.
Quem via aquele homem de estatura alta, que não dispensava aqueles óculos
grandes e com um semblante que transmitia simpatia e humildade, jamais
imaginaria que ali estava um cidadão raro, um cidadão que formou a Educação e a
Cultura de uma pequena comunidade que hoje se transformou num município:
Ribeirão Grande deve muito a Octávio Muller e essa dívida tem que ser paga com
atividades que multipliquem seu exemplo de conduta em vida!
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