sexta-feira, 1 de maio de 2015

Caixa fraco



A crise chegou minha gente e pegou em cheio os cofres das Prefeituras. Nesse momento não dá mais para “brincar de casinha” como alguns prefeitos agem por aí. Trabalhar com dinheiro em caixa é, incomparavelmente, mais cômodo do que atuar em tempos de vacas magras.

São nesses momentos de atenção econômica que surgem os gestores públicos. É hora de ajustar os ponteiros financeiros e priorizar ações como corte de despesas desnecessárias e optar pelos investimentos em infraestrutura, ao invés de eventos festivos. Como a caneta é do chefe do Executivo, tudo vira questão de prioridade.

Na atual conjuntura não dá para sair por aí gastando dinheiro em festas. Hoje, por mais simples que seja um cidadão, ele compreenderá que o momento é de freio econômico para garantir serviços de primeira ordem como Educação, Saúde e Promoção Social. Não que as demais áreas não se classifiquem como prioritárias, mas vale ressaltar que esses pontos nas cartilhas voltadas ao enfrentamento de crise.

Independente da cidade, a população merece todas as comemorações possíveis, afinal, lazer e diversão também são temas importamtes para a execução de políticas públicas voltadas a melhor qualidade de vida. Mas cá entre nós, festa nesse momento é tiro no pé para o político, pois até mesmo a dona-de-casa que vai ao supermercado e vê a remarcação de preços, constata que o mar não está para peixe.

O prefeito que optar por festas ao invés de investimento, pode até receber alguns aplausos no momento da euforia, mas logo em seguida virá a brava ressaca. Algumas prefeituras da região estão se apertando para manter o salário dos servidores em dia. Nesse início de ano, a cada mês, cria-se um ambiente de “Deus no acuda” para fechar a folha de pagamento.

Por aqui, Julio Fernando está agindo com mais prudência, responsabilidade e cautela com o dinheiro público. No aniversário da cidade, promoveu um showzinho “água com açúcar” para manter o caixa em ordem. Descartou a possibilidade de realizar uma nova edição da Expo Rodeio e preferiu sustentar o investimento em infraestrutura. Julio Fernando tem demonstrado que pensa como gestor e não como, simplesmente, político.

Entretanto, outros administradores municipais se tornarão vítimas da própria barbeiragem por não seguirem o caminho que leva os municípios a uma boa saúde administrativa. A redução do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) terá um impacto devastador nas contas das Prefeituras, cujas despesas estão em ascensão, seja por causa do aumento da inflação ou pelo inchaço da máquina pública.

Tenho certeza que até o final do semestre, algumas cidades não terão dinheiro nem para comprar uma lata de tinta. Além do FPM, a cota parte de ICMS caiu 11% com relação a 2014. Juntam-se a isso atrasos no pagamento de alguns programas federais e fundos destinados à educação por causa do ajuste fiscal. A conta é simples nobres prefeitos: as despesas não param de subir e os repasses estão minguando. Conta de luz 30% mais cara, preço do combustível no topo e folha de pagamento aumentando.

Não precisa ser um especialista para enxergar que muitos prefeitos terão dificuldades para manter as contas públicas em dia até o fim do ano. Será um Deus e outros tantos santos que nos acudam!


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