A obra está
avaliada em R$ 1 milhão e foi paralisada em novembro do ano passado. Ministério
das Cidades repassou apenas ¼ do valor, ou seja, R$ 250 mil
Moradora
da avenida Laudelino de Lima Rolim na Nova Capão Bonito há cinco anos, a
autônoma Claudete da Silva relata que se animou ao ver operários e máquinas
trabalhando na colocação de guias e sarjetas e na pavimentação da avenida até
então de terra batida e por isso, planejou abrir um pequeno negócio para
comercializar alimentos como salgados, bolos e doces, porém, seu sonho foi
interrompido junto com a obra. “Tudo está indo muito bem, e de repente, ninguém
mais apareceu por aqui para dar continuidade nas obras e o asfalto parou bem na
esquina da minha casa. Fui sorteada”, brincou a moradora.
As
obras de infraestrutura na avenida Laudelino de Lima Rolim, que inclui
colocação de guias e sarjetas, implantação de drenagem e pavimentação,
começaram em junho de 2014, mas pararam alguns meses depois, em novembro do
mesmo ano. A paralisação completou aniversário de seis meses e os moradores
reclamam do entrave. “Todos os dias tenho que levar as crianças na creche. Em
dia de sol enfrento poeira e em dias de chuva, lama. Para não sujar os pés das
crianças, coloco sacolinha plástica. Estávamos contentes com a obra, mas
infelizmente parou”, disse a moradora Margarida Moreira, de 67 anos.
De
acordo com a Secretaria de Planejamento do Município, os recursos da obra foram
conquistados pelo deputado Guilherme Mussi (PP) junto ao Governo Federal e o
convênio foi firmado com o Ministério das Cidades. A Prefeitura diz que o
Governo Federal repassou apenas ¼ do valor da obra, avaliada em R$ 1 milhão.
Além
do atraso de repasse para a conclusão das obras na via da Nova Capão Bonito, o
Governo Federal praticamente bloqueou mais de R$ 1,5 milhão para Capão Bonito
que incluiu investimentos na reforma da praça Rui Barbosa, pavimentação na Vila
Guanabara e conclusão da construção do complexo esportivo do Arcão, no bairro
Bela Vista. Conforme a assessoria de imprensa, o prefeito Julio Fernando está
agendando viagem a Brasília para tentar desbloquear as verbas.
Segundo
o presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski,
várias obras estão sendo paralisadas Brasil afora por causas de atrasos nos
pagamentos do Governo Federal, que segundo ele, tem R$ 35 bilhões de restos a
pagar aos municípios. “É um problema grave, pois está interrompendo projetos e
reduzindo investimentos”.
A
reportagem d’O Expresso consultou a assessoria de imprensa do Ministério das
Cidades, mas até o fechamento desta edição não houve manifestação oficial.
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