A
crise chegou minha gente e pegou em cheio os cofres das Prefeituras. Nesse
momento não dá mais para “brincar de casinha” como alguns prefeitos agem por
aí. Trabalhar com dinheiro em caixa é, incomparavelmente, mais cômodo do que
atuar em tempos de vacas magras.
São
nesses momentos de atenção econômica que surgem os gestores públicos. É hora de
ajustar os ponteiros financeiros e priorizar ações como corte de despesas
desnecessárias e optar pelos investimentos em infraestrutura, ao invés de eventos
festivos. Como a caneta é do chefe do Executivo, tudo vira questão de
prioridade.
Na
atual conjuntura não dá para sair por aí gastando dinheiro em festas. Hoje, por
mais simples que seja um cidadão, ele compreenderá que o momento é de freio
econômico para garantir serviços de primeira ordem como Educação, Saúde e
Promoção Social. Não que as demais áreas não se classifiquem como prioritárias,
mas vale ressaltar que esses pontos nas cartilhas voltadas ao enfrentamento de
crise.
Independente
da cidade, a população merece todas as comemorações possíveis, afinal, lazer e
diversão também são temas importamtes para a execução de políticas públicas
voltadas a melhor qualidade de vida. Mas cá entre nós, festa nesse momento é
tiro no pé para o político, pois até mesmo a dona-de-casa que vai ao
supermercado e vê a remarcação de preços, constata que o mar não está para
peixe.
O
prefeito que optar por festas ao invés de investimento, pode até receber alguns
aplausos no momento da euforia, mas logo em seguida virá a brava ressaca.
Algumas prefeituras da região estão se apertando para manter o salário dos
servidores em dia. Nesse início de ano, a cada mês, cria-se um ambiente de
“Deus no acuda” para fechar a folha de pagamento.
Por
aqui, Julio Fernando está agindo com mais prudência, responsabilidade e cautela
com o dinheiro público. No aniversário da cidade, promoveu um showzinho “água
com açúcar” para manter o caixa em ordem. Descartou a possibilidade de realizar
uma nova edição da Expo Rodeio e preferiu sustentar o investimento em
infraestrutura. Julio Fernando tem demonstrado que pensa como gestor e não
como, simplesmente, político.
Entretanto,
outros administradores municipais se tornarão vítimas da própria barbeiragem
por não seguirem o caminho que leva os municípios a uma boa saúde
administrativa. A redução do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) terá um
impacto devastador nas contas das Prefeituras, cujas despesas estão em
ascensão, seja por causa do aumento da inflação ou pelo inchaço da máquina
pública.
Tenho
certeza que até o final do semestre, algumas cidades não terão dinheiro nem
para comprar uma lata de tinta. Além do FPM, a cota parte de ICMS caiu 11% com
relação a 2014. Juntam-se a isso atrasos no pagamento de alguns programas
federais e fundos destinados à educação por causa do ajuste fiscal. A conta é
simples nobres prefeitos: as despesas não param de subir e os repasses estão
minguando. Conta de luz 30% mais cara, preço do combustível no topo e folha de
pagamento aumentando.
Não
precisa ser um especialista para enxergar que muitos prefeitos terão
dificuldades para manter as contas públicas em dia até o fim do ano. Será um
Deus e outros tantos santos que nos acudam!